A economia da floresta em pé é possível.
“É da floresta que eu tiro os alimentos e o meu sustento. É a minha casa, é aqui o meu modo de vida. Ao trabalhar com os produtos da floresta a gente faz um serviço que é proteger do território. Se não tiver território, não tiver floresta, não vai ter produção” Edileno Camilo de Oliveira, Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio (PA)
Buscar soluções e arranjos institucionais que permitam que essas comunidades vivam com dignidade em seu modo tradicional — de forma integrada à floresta ao mesmo tempo em que a protegem — é um desafio.
É com base no conhecimento que essas populações desenvolveram sobre a floresta que os produtos como a castanha, borracha, cumaru e pimenta são manejados. A estruturação das cadeias dos produtos da sociobiodiversidade do Xingu passa pela valorização do conhecimento tradicional, do extrativismo, da economia da diversidade socioambiental, da transparência e da autonomia.
Cada vez mais, as associações e seus parceiros fortalecem suas alianças, desenvolvendo uma estratégia comum de produção e comercialização para seus territórios.
Mel, artesanato, pequi, óleos, farinhas e sementes florestais encontraram parceiros compradores que, por sua vez, prezam pela sensibilidade, pela transparência, pela garantia de origem e pela qualidade. Em um processo de constante aprendizado e confiança, são feitos contratos mais justos e transparentes que valorizam a floresta, quem nela vive e produz.
"O ribeirinho não está só tirando um produto, não está só cortando a seringa, tirando a copaíba ou a castanha. Está também monitorando o território, caçando, tirando o cipó para fazer o artesanato, tirando um remédio da mata. São diversas coisas que acontecem dentro de um pequeno território que quem está de longe não consegue observar”, explica Herculano Oliveira Filho, o Loro, da Resex Riozinho do Anfrísio (PA).