A região, localizada no Pará e Mato Grosso, incide sobre 40 municípios e é a morada de centenas de famílias ribeirinhas e 26 povos indígenas.
A formação do Corredor se deu ao longo dos últimos 50 anos,resultado de atos governamentais fragmentados, adotados em diferentes momentos da história do processo de ocupação regional. Esse processo foi baseado em diferentes legislações voltadas ao reconhecimento dos direitos territoriais de povos tradicionais que habitam a bacia do Xingu e à proteção da biodiversidade regional.
A área que compõe o Corredor se inicia com a criação do Parque Indígena do Xingu (PIX) em 1961. Entre as décadas de 1980 e 1990, o Estado brasileiro foi reconhecendo lentamente as demais terras indígenas do Xingu. A demarcação desses territórios ocorreu, via de regra, sob a ameaça das frentes de colonização, da exploração ilegal dos recursos naturais e no contexto de disputa pela terra.
Atualmente, a maioria das Terras Indígenas da região está demarcada e representa 37,6% da bacia do Xingu e 69,5% do Corredor. Entre os anos 2004 e 2008, considerando uma antiga demanda de movimentos regionais engajados na sustentabilidade do Xingu, os governos federal e estadual do Pará criaram um conjunto de Unidades de Conservação naTerra do Meio, região situada na porção paraense da Bacia do Xingu. Essa é a formação atual do Corredor.
O Corredor Xingu é fruto da luta e dedicação de pessoas e instituições que compõem a aliança da Rede Xingu +.
A Rede reúne atores de todas as Áreas Protegidas da Bacia do Xingu e seus aliados com o objetivo de valorizar as conexões e parcerias já existentes; aprofundar o compartilhamento de experiências e iniciativas socioambientais desenvolvidas nas diferentes áreas do Corredor; atualizar informações sobre pressões e ameaças que afetam sua integridade territorial e discutir estratégias conjuntas para a consolidação e proteção do Corredor Xingu.
A conservação das florestas é fundamental na redução do aquecimento global, conservação da biodiversidade, manutenção da temperatura, da umidade e das chuvas.
O papel dos povos da floresta e seus aliados na manutenção dessas áreas verdes por meio de sua resistência e atuação política no processo de demarcação possibilitaram a existência do Corredor Xingu. O serviços ambientais gerados por esse território e seus recursos naturais trazem benefícios para todo o país, mas ainda são pouco conhecidos e valorizados.
Essa sessão é dedicada a difusão de pesquisas e iniciativas de serviços ambientais associadas aos modos de vida dos povos tradicionais.
.As áreas protegidas que formam o Corredor Xingu de Diversidade Socioambiental são fundamentais para a proteção das florestas e dos territórios ocupados e se consolidaram como escudos contra a destruição. Nos últimos 10 anos, o desmatamento no Corredor Xingu foi de 0,48% enquanto no entorno os números chegaram a 7,79%.
As árvores da Amazônia lançam à atmosfera, em média, 3,6 litros por m2 por dia. Com este volume de evapotranspiração é possível estimar que o volume de água que as árvores do Corredor Xingu lançam para a atmosfera nos seus 24 milhões de hectares é de aproximadamente 881,4 bilhões de litros. Volume de água similar ao que o Rio Xingu despeja no Amazonas no mesmo período, que é de aproximadamente 746 bilhões de litros.
Os 26 povos indígenas e as centenas de comunidades ribeirinhas que vivem no Corredor Xingu, com culturas, línguas e organização social e política diversas, guardam em seus conhecimentos possibilidades inimagináveis de inspiração e tecnologias. “Os lugares onde existem mais florestas, são os lugares que tem população tradicional vivendo lá. A floresta hoje só permanece em pé por conta das lutas dos ribeirinhos e indígenas que vivem nela” - Edileno de Oliveira.
Estação Ecológica Terra do Meio. Mosaico: Terra do Meio.
Floresta Estadual do Iriri. Mosaico: Terra do Meio.
Floresta Nacional de Altamira. Mosaico: Terra do Meio.
Parque Nacional da Serra do Pardo. Mosaico: Terra do Meio.
Reserva Extrativista Rio Iriri. Mosaico: Terra do Meio.
Reserva Extrativista Rio Xingu. Mosaico Terra do Meio.
Reserva Extrativista Riosinho do Afrísio. Mosaico Terra do Meio.
Terra Indígena Arara.Área habitada por Arara.
Terra Indígena Araweté / Igarapé Ipixuna. Área habitada por Araweté.
Terra Indígena Badjônkôre. Área habitada por Kayapó.
Terra Indígena Batovi. Área habitada por Wauja.
Terra Indígena Baú. Área habitada por Mebêngôkre Kayapó e Mebêngôkre Kayapó Mekrãgnoti.
Terra Indígena Capoto Jarina. Área habitada por Mebêngôkre Kayapó, Mebêngôkre Kayapó Metyktire e Tapayuna.
Terra Indígena Ituna Itatá. Área habitada por Isolados do Ituna/Itatá.
Terra Indígena Kararaô. Área habitada por Mebêngôkre Kayapó e Mebêngôkre Kayapó Kararaô.
Terra Indígena Kayapó. Área habitada por Mebêngôkre Kayapó, Mebêngôkre Kayapó Gorotire, Mebêngôkre Kayapó Kôkraimôrô e Mebêngôkre Kayapó Kuben Kran Krên.
Terra Indígena Koatinemo. Área habitada por Asurini do Xingu.
Terra Indígena Kuruáya.
Área habitada por Kuruáya
Terra Indígena Menkragnoti. Área habitada por Isolados Mengra Mrari e Mebêngôkre Kayapó Mekrãgnoti.
Terra Indígena Panará. Área habitada por Panará.
Terra Indígena Pequizal do Naruvôtu. Área habitada por Naruvotu.
Reserva Indígena Gleba Iriri. Área habitada por Terena.
Terra Indígena Trincheira Bacajá. Área habitada por Mebêngôkre Kayapó, Mebêngôkre Kayapó Kararaô e Xikrin (Mebengôkre).
Terra Indígena Wawi. Área habitada por Kisêdjê e Tapayuna.
Terra Indígena Xipaya. Área habitada por Xipaya.