O traço e o círculo: o conceito de parentesco entre o jê e seus antropólogos.
A tese se funda em pesquisa de cunho bibliográfico e tem como objeto o conceito de parentesco entre os povos de língua jê, e como um de seus objetivos lançar uma ponte entre as sociedades do Brasil Central e aquelas típicas da Amazônia. Pode ser descrita também como uma tematização do problema do dualismo centro-brasileiro, cujo desenvolvimento institucional, na forma de uma multiplicidade de metades e grupos principalmente de caráter cerimonial, tornou célebres esses povos, desde as etnografias de Nimuendajú e dos trabalhos de Lévi-Strauss. As pesquisas dos participantes do projeto Harvard-Museu Nacional nos anos 60 (e as que se seguiram) aprofundaram em muito nosso conhecimento e compreensão dessas sociedades, mas sua conceituação do processo de parentesco e de sua conexão ao ritual através da linguagem da oposição natureza/cultura obscureceu a dimensão transformativa dos dispositivos de reprodução social em questão. Através da discussão da etnografia acumulada, procura-se determinar como aspectos do sistema de parentesco e da dinâmica de constituição dos grupos prestam-se a uma interpretação alternativa, fundada na distinção entre fabricação do parentesco e metamorfose ritual.
- Data de Publicação 01/01/1970
- Autor SOUZA, Marcela Stockler Coelho de
- Editora Museu Nacional-PPGAS
- Local da Edição Rio de Janeiro
- Tema Antropologia
- Subtema Teoria
- Povo Apinayé, Canela Ramkokamekrá, Mebêngôkre Kayapó, Kisêdjê, Panará, Xavante, Xerente, Kaingang, Xokleng, Krahô, Krikatí
- Área Protegida -
- Bioma / Bacia Cerrado, Amazônia, Bacia do Xingu, Bacia do Tocantins, Bacia do Araguaia, Mata Atlântica
- Área Goiás / Tocantins / Maranhão, Sudeste do Pará / Xingu, Parque Indígena do Xingu, Leste do Mato Grosso, Sul